Festival ArtPraia chega ao Ceará pela primeira vez com obras que vão desde outdoors a interações com crianças.
Pela primeira vez em Fortaleza, o ArtePraia, festival de intervenções urbanas, vai alterar as paisagens das areias e do mar entre os dias 15 e 17. O projeto levará obras de nove artistas brasileiros às praias do Futuro, Sabiaguaba, Barra do Ceará, Praia dos Crush, Mucuripe e Poço da Draga.
Quem for às praias no fim de semana encontrará intervenções interativas, contemplativas e performances, muitas delas itinerantes, explica o curador do festival, Gustavo Wanderley. Entre os artistas estão os cearenses Eduardo Frota, M.Dias Preto e Pedra Silva.
O evento recebeu 418 inscrições de 24 estados brasileiros. “O festival é uma proposição de alargamento dos lugares para fazer arte, e por isso buscamos praias em todos os cantos da cidade. Muitas obras articulam questões sobre o uso do espaço público, de qual território é privado, do que é publico, os direitos do outro, os meus, os do meio ambiente”, explica.
Ainda de acordo com o curador, parte das obras é justamente elaborada pelas sensações e conexões que elas provocam e foram elaboradas para as praias cearenses, com proposições feitas para cada lugar carregando histórias, memórias.
“É uma arte que não é patrimonial. Não é um quadro, não é uma escultura, pouco diz no sentido da materialidade. É uma arte efêmera, na presença do artista”, explica Gustavo Wanderley.
Intervenções artísticas têm como característica principal o intuito de provocar reflexões e sensações em um público que não necessariamente estava em busca destas – a surpresa e a efemeridade são partes essenciais desse tipo de arte. Por isso, elas costumam ocorrer em lugares com grande circulação de pessoas, criando museus a céu aberto e facilitando o acesso à cultura.
Ao considerar que a praia é o espaço de lazer mais democrático das cidades litorâneas, a organização do evento também leva em conta a importância de intervenções que respeitem o meio ambiente e promovam o debate sobre sustentabilidade. Por isso, o edital de seleção prevê que nenhuma das obras podem deixar resquícios nas praias, e que todos os materiais utilizados nas intervenções devem ser recicláveis ou biodegradáveis.
Info: Diário do Nordeste